quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Na luz ou nas trevas? [final]

"Como pode o jovem manter pura a sua conduta? 
Vivendo de acordo com a tua palavra”
Salmo 119.9

Se a Bíblia está dando a resposta, é porque ela existe, né? É porque isso é possível. Acho que estamos caminhando para a terceira e última parte deste estudo. Foram engraçados estes últimos dias. Estava pensando no que estava pensando e cheguei à conclusão de que nunca pensei tanto em sensualidade e pornografia como nestes dias, e fiquei imaginando a interpretação das pessoas que por acaso ouvissem esse meu pensamento solto. Haha!

Em momento algum quero parecer intolerante, quero apenas alertá-los para a necessidade de buscarmos a santidade, sermos puros no agir, falar e pensar, pra que possamos fazer a diferença neste mundo. Porque precisamos estar juntos ao pecador, para mostrar o caminho e mostrar também como vencer a corrida que nos está proposta [Hb 12.1], mas não podemos nos misturar ao pecado. Se fizermos isso, o sal será insípido, sem gosto, e não servirá para nada. É isso que queremos? Uma vida que não sirva para nada quando de nós poderiam correr fontes de águas cujos efeitos durariam para sempre? É muito comodismo, egoísmo ou mediocridade responder que sim.

Eu falei sobre os apelos da sensualidade em praticamente tudo que consumimos nesta sociedade, né? E andei me lembrando da pressão desses apelos sobre mim mesma. Vou contar. Uns meses atrás estreou um filme do Jake Gyllenhaal e da Anne Hathaway nos cinemas. Era uma história de amor, mas uma história muuuuito apimentada, pelo trailer e notícias que vi e li a respeito. O fator “história de amor” já seria algo que me atrairia pra ver este filme, a curiosidade pra ver esse casal que já gosto muito separadamente, também. Mas, além disso, perdoem-me os rapazes que acompanham o blog, eu acho o Jake tuuuudo de bom, ele é daqueles que arrancam suspiros extensos da minha pessoa. Eu cheguei a pensar “ah, tenho maturidade pra ver um filme desses e separar as coisas, não é pornô, só tem umas ceninhas mais ‘fortes’”. Mas qual a inteligência em ver um filme desse tipo com um cara que já mexe comigo, sendo eu solteira? Pra quê mexer com quem tá quieto [minha carne - rs]? [ps: eu disse ‘quieta’, não ‘imóvel’ nem ‘morta’! hehe]

Umas horas atrás fui baixar uma das séries que acompanho e entre as novas postagens de episódios tinha lá uma foto de uma série da HBO chamada True Blood. Não sei quantos já ouviram falar, ou mesmo assistiram. O máximo que vi foram matérias e talvez uma propaganda sobre ela, mas sei que é uma série de vampiros pra “adultos”, se é que me entendem. Orgia pura. Mas aquela droga de foto, da “mocinha” da série [a atriz que fez a Vampira, de X-men] cercada de vampiros descamisados, não vou negar, chama a minha atenção. Bate uma vontadezinha de ver aquela porcaria, sabe? Mas só porque dá vontade eu vou assistir [baixar, no caso, porque HBO, infelizmente ou felizmente, não tenho]? Eu não, tenho que ser mais esperta que isso. Já tem tanta coisa light nessa minha vida que me distrai do que é verdadeiramente importante, vou começar a ver uma série que vai despertar desejos e pensamentos que só vão me afastar daquilo que Deus quer falar e fazer? No way!

Estava aqui pensando em quantos casos de pessoas viciadas em sexo não ouvimos hoje em dia. Lembro que há uns dez anos atrás era raro ouvir o termo “ninfomaníaco”, e até engraçado. Se não estou enganada, o termo é mais voltado para as mulheres, talvez por isso hoje se fale quase que estritamente em “viciado/a em sexo”. Como esse descontrole tem crescido e originado coisas ainda mais abomináveis a Deus. Agora, como a Igreja vai ajudar alguém a ser liberto do jugo da sensualidade se estiver debaixo do mesmo jugo? É justamente isso que o diabo quer, que nos rendamos aos apelos da sensualidade sobre nós para que não tenhamos autoridade espiritual, por meio da qual poderíamos [poderemos, eu creio!] ser instrumentos na libertação e transformação dessas vidas.

O dia que terminei de ler o livro do pastor Marcos de Souza Borges, “A Face Oculta do Amor – desmascarando o espírito de sensualidade”, foi o mesmo dia que tive acesso à pesquisa da BEPEC sobre “O Crente e o Sexo”. Assustada pela comprovação daquilo que eu já imaginava através de dados, como, 20,55% dos jovens evangélicos entre 16-24 anos afirmaram ter vida sexual plena e ativa quando namorando, fui impactada pelo que o Coty tinha reservado pro final do livro. Na verdade, Deus está no controle de todas as coisas mesmo, né? Ele queria me falar algo, me desafiar.

Ele fez um paralelo entre a vida de dois grandes homens da Bíblia. Dois homens com um chamado de Deus, mas que não viveram da mesma forma diante d’Ele. Sansão tinha uma força física brutal, mas não tinha controle algum sobre seus desejos e coração. Apesar de existir um claro mandamento de Deus para que os israelitas não tomassem mulheres de outros povos, ele viu uma filisteia [os filisteus eram os principais inimigos de Israel na época] e quis tomá-la por mulher. Além de ser israelita, ele era separado por Deus para um propósito – derrotar os filisteus, e deveria zelar ainda mais pelos mandamentos d’Ele. Foi alertado pelos pais, mas não levou em consideração o conselho recebido. Pela resposta dele, conseguimos ter uma ideia de sua falta de sabedoria [não que Salomão tenha sabido usar a dele nessa área também, né?!]:

“Seu pai e sua mãe lhe perguntaram: ‘Será que não há mulher entre os seus parentes ou entre todo o seu povo? Você tem que ir aos filisteus incircuncisos para conseguir esposa?’ Sansão, porém, disse ao pai: ‘Consiga-a para mim. É ela que me agrada’”. Juízes 14.3

Daí, submetendo-se a um jugo desigual, desobedecendo ao conselho de Deus e dos pais, começou sua derrocada. Ele ainda teve grandes vitórias, mas foi derrotado em seu interior, ao dar espaço ao espírito de sensualidade. Esse casamento não saiu, antes, ele foi humilhado pelos filisteus e desrespeitado pela família da noiva, que a deu em casamento a um de seus amigos. Ferido, ele se entregou a uma prostituta em Gaza, até cair nos encantos de Dalila, que o traiu. Sansão foi atraído pelo espírito de sensualidade pelos olhos – ele via, e logo queria, mas no final das contas ficou sem eles. Em Juízes 16 lemos seu trágico final, ainda assim, lembrando-se do Senhor, ele, de certa forma, conseguiu vencer, matando mais homens em sua morte que em sua vida. Mas não acredito que precisava ser assim. Acredito que Deus tinha em mente um final mais feliz para Sansão.

O outro grande homem que é comparado a Sansão é José. Assim como Sansão, José tinha um lugar especial no plano de Deus para salvar o povo de Israel. Ao contrário de Sansão, José não teve uma vida fácil, ancorada pela família. Ainda jovem, seus irmãos o venderam como escravo por causa de ciúme do relacionamento dele com o pai. Provavelmente quando ele pensou que as coisas poderiam melhorar, já no Egito, ganhando a confiança do “chefe” ao ser levado para morar em sua casa e colocado como administrador de todos os seus bens, as coisas se complicaram. A mulher do “chefe” Potifar começou a assediar insistentemente o jovem José. Era o “teste da pureza”, segundo o Coty, pelo qual todo homem chamado por Deus passa. Esse teste “expressa nosso controle sobre os picos sentimentais e os desejos ardentes. É exatamente isso que faz a diferença entre alguém que anda e que não anda no espírito...”.

Como diriam alguns, essa endemoninhada dessa mulher atentou José de todo jeito que era possível... Assim, embora ela insistisse com José dia após dia, ele se recusava a deitar-se com ela e evitava ficar perto dela. Um dia ele entrou na casa para fazer suas tarefas, e nenhum dos empregados ali se encontrava. Ela o agarrou pelo manto e voltou a convidá-lo: ‘Vamos, deite-se comigo!’ Mas ele fugiu da casa, deixando o manto na mão dela”. [Gênesis 39.10-12] No versículo 9 deste mesmo capítulo, José responde ao primeiro apelo da mulher fazendo uma menção de respeito ao seu chefe e afirmando que não poderia cometer um pecado desses contra Deus! Mesmo depois de tudo o que ele passou, ele tinha o temor de Deus, continuava fiel, e a opinião do Pai a respeito dele era importante. Ele queria agradá-Lo. E para isso ele foi acusado de tentativa de estupro, indo parar na cadeia por longos anos. Mas Deus estava com ele e até mesmo em um lugar onde parecia não haver esperança, José prosperou. 

O resto da história [real] a gente conhece: José tornou-se o homem mais importante do Egito depois do Faraó e foi usado para salvar a vida das pessoas de seu tempo, e preservar a vida do povo de Deus, o povo de Israel, durante um período duro de fome. Nessa época ele pôde se reencontrar com o pai e os irmãos, e a família foi restaurada. Um reencontro lindo, contado em detalhes. José salvou um número de vidas que não podemos sequer imaginou, sem precisar morrer pra isso. “José permaneceu no Egito, com toda a família de seu pai. Viveu cento e dez anos e viu a terceira geração dos filhos de Efraim. Além disso, recebeu como seus os filhos de Maquir, filho de Manassés”. [Gênesis 50.22-23]
Coty analisa que Sansão e José “foram confrontados de maneira forte e insistente pelo espírito de sensualidade, o que representou um crivo para que pudessem ser empossados e sustentados espiritualmente numa dimensão mais elevada de autoridade. Diante da mesma prova, enfrentando as mesmas hostes demoníacas, apesar de ambos obterem grandes vitórias, eles tiveram um fim bem diferente”. [pág. 154]

Entendi o que esses dados da BEPEC estavam me mostrando quando li a conclusão do Coty. Ele fala sobre dois tipos de geração presentes na igreja nestes tempos: a geração Sansão e a geração José.

A primeira é formada pelos jovens que se renderam à sensualidade e, por isso “estão experimentando algo pior que a morte: uma vida sem propósito. Esta geração tem sido uma vergonha para seus pais e para Deus. São pessoas que vivem apenas para seus desejos e paixões”. Mas a geração José é formada por aqueles que “não negociam o sonho e o propósito de Deus”, e que buscam a face d'Ele.

Então, a questão que precisamos responder a nós mesmos e àquEle que nos criou é: queremos ser parte de qual geração? Não responder já é responder aquilo que Ele não quer ouvir de nós.

“Numa grande casa há vasos não apenas de ouro e prata, mas também de madeira e barro; alguns para fins honrosos, outros para fins desonrosos. Se alguém se purificar dessas coisas, será vaso para honra, santificado, útil para o Senhor e preparado para toda boa obra. Fuja dos desejos malignos da juventude e siga a justiça, a fé, o amor e a paz, juntamente com os que, de coração puro, invocam o Senhor”.
2 Timóteo 2.20-21


Pleasing To You
Desperation Band
Composição: Jared Anderson

Sanctify me
Santifica-me
Clean out my closet
Limpe  dentro de mim
Take away anything
Leve tudo
That is not pleasing to You
Que não está Te agradando

Purify me
Purifica-me
Destroy all my anger
Destrói toda a minha ira
Wash away everything
Lave tudo
That is not pleasing to You
Que não está Te agradando

I will be white as snow
Eu serei branco como a neve
I will be pure as gold
Eu serei puro como o ouro
Jesus my heart must know
Jesus, meu coração precisa saber [que]
I'm pleasing to You
Estou agradando a Ti
I give my life my all
Eu dou minha vida, meu tudo
Taking the cross I will follow
Tomando a cruz, eu Te seguirei
Jesus my heart must know
Jesus, meu coração precisa saber
I'm pleasing to You
Estou agradando a Ti

Sanctify me
Santifica-me
You are the light to guide me
Tu és a luz para me guiar
To the place where I am
Ao lugar onde eu sou
Only pleasing to You
Apenas agradável a Ti
Oh come and purify me, Lord
Oh venha e purifica-me, Senhor
I need your light inside me
Eu preciso da Tua luz dentro de mim
So the darkness flees
Então a escuridão foge
And I can be pleasing to You
E eu posso ser agradável a Ti

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Na luz ou nas trevas? [2]


Não quero dar a impressão de que estou lançando um fardo pesado demais nas costas de vocês. Não quero ser insensível ou, como já cansei de falar, passar uma imagem de santa aqui. Mas creio que aquele que se considera um filho de Deus por meio de Jesus Cristo não pode dar desculpas nem se isentar de seu papel. Afinal, Ele, o Filho, não disse para levarmos dia a dia a nossa cruz e segui-Lo? [Lucas 9.23] Será que esse “levar a cruz” não significa que teremos que sacrificar algo em nossas vidas? Falei que aceitei Jesus, dou meu dízimo, tomo e ceia uma vez por mês e é só?

Fico aqui viajando nesse tema, na sensualidade, e em como a leitura desse livro ampliou minha visão a este respeito. Eu já sabia o quanto isso é forte na sociedade – seja qual for, e também que há entidades demoníacas por trás disso. Mas é como se, ao pensar em tantas coisas ao redor eu pudesse ver como a sensualidade está entranhada em tudo que consumimos ou que nos é oferecido. Isso é sério. Lá fora as pessoas têm batido cada vez mais a cabeça na parede influenciadas por estes espíritos e pela ideologia que eles fortaleceram ao longo dos séculos. Muitos têm achado que a morte é a única solução, pois a sensualidade os convence e os cega.

Em seu livro, o Coty faz um paralelo entre a criação de Deus e a imitação do diabo. Tudo que Deus cria, ele tenta copiar, deturpando o sentido e objetivo, mas tentando fazer algo o mais convincente possível. E ele criou a sensualidade justamente para confundir o entendimento do amor divino. Pensem em como isso é verdade? Quando eu me lembro de todo meu romantismo, fica claro pra mim essa relação. Como foi difícil entender e receber o amor de Jesus como meu Noivo. Até boa parte da minha adolescência eu pensava que o casamento era o “felizes para sempre”. Alguns meses atrás, uma bonita atriz brasileira se jogou da mesma sacada onde o noivo havia se jogado poucos meses antes. A sensualidade a convenceu de que não havia mais “felizes para sempre” pra ela, porque seu “príncipe” tinha partido. E a convenceu também de que “do outro lado” esse final poderia acontecer.

E com quantas vidas isso não tem acontecido! Quantos relacionamentos falidos, marcados pelo desrespeito, possessividade, dependência, não têm chegado ao nosso conhecimento? É a marca da sensualidade. Ela tenta ocupar o lugar de Deus na vida de uma pessoa, até que essa pessoa esteja fora do alcance do amor de Deus, como foi o caso dessa atriz e seu noivo.

A igreja deve ser um lugar para tratar os doentes, mas como ela vai ajudar alguém a se curar, e a ser curado, se ela mesma estiver doente? Jesus disse que faríamos obras maiores [João 14,12], mas por que isso não tem acontecido? Não será por que sua própria igreja, sua noiva, negociou os valores do reino por uma vida confortável aqui na terra?

E eu sei que essa não é uma luta justa [o diabo não é justo!], porque os apelos da sensualidade podem ser notados em tudo: ao ligar a tevê, ao abrir o jornal, ao navegar na internet, ouvir música [secular] e por aí vai. Não é uma luta fácil que os jovens, nós, jovens, temos travado contra ela. Já não seria fácil simplesmente dizer não à nossa carne, temos que dizer à nossa carne sendo bombardeada pelos apelos da sensualidade, mas isso não é motivo para entregar os pontos e relativizar tudo. Ou então a Palavra de Deus é mentirosa, porque lá está escrito: “Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele lhes providenciará um escape, para que o possam suportar”. [I Coríntios 10.13]

Eu amo a palavra equilíbrio, mas odeio ouvir que “é relativo” ou “não tem nada a ver” [sem “h”, por favor!rs]. É relativo pra quem não lê a Bíblia. Não tem nada a ver pra quem não lê a Bíblia. Lá também está escrito que ou é sim, ou é não. [Mateus 5.37] Ou é certo, ou é errado. É preto no branco, ou branco no preto. Cinza está fora. Cinza está em cima do muro e será vomitado: “Assim, porque você é morno, nem frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca”. [Apocalipse 3.16] Essa palavra d’Ele é pra igreja de hoje.

Entre os jovens evangélicos na faixa dos 16-24 que responderam à pesquisa da BEPEC explicada no post anterior, 66,54% afirmaram se masturbar regularmente. Meninos, não tenho ideia do que vocês passam, mas ainda que a palavra masturbação não esteja na Bíblia, não deixa de ser errado. Alguém consegue se masturbar pensando na economia mundial ou nos conflitos no Oriente Médio? Alguém consegue fazer isso sem pensar em uma pessoa? Porque Jesus disse no sermão do monte que “qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração” [Mateus 5.28]. Claro que não estou excluindo as meninas dessa estatística, mas tenho a impressão de que é menos complicado pra gente evitar esse pecado. Mas cada regra, é claro, tem sua exceção.

Já entre os evangélicos casados, a pesquisa revelou que 32,03% têm como hábito acessar pornografia pela internet e 12,51% recorrem a ela por meio da televisão, DVD ou cinema. As revistas pornográficas fazem parte da rotina de 2,97% dos entrevistados. Chegamos ao ponto de ser criado o “pornô gospel”. Como se qualquer lixo pudesse ser santificado debaixo da palavra que é traduz EVANGELHO. Gospel é o evangelho, mas virou rótulo pra muita coisa que os crentes não querem abrir mão no mundo e, então, trazem pra “igreja” com a desculpa de “não ter nada a ver”. [aaaaaaaaiiiiiiii!]

Um ponto que acho muito interessante nesse livro, “A Face Oculta do Amor – Desmascarando o espírito de sensualidade” [Marcos de Souza Borges – Ed. Jocum Brasil], é sobre o argumento da poligamia. Assim como muita gente usa o argumento de que na Bíblia se bebe vinho para se embriagar, usa-se também o argumento de que muitos homens usados por Deus tinham várias mulheres.

Coty nos lembra que Deus, como um Pai que ama seus filhos, aceitou isso na vida desses homens, mas que essa prática não O agradava e, por isso, não deixou de ter consequências. E ele nos lembra disso dando uma repassada na história de muitos desses homens. Abraão tomou sua serva por mulher e o filho que ela deu à luz originou uma geração que hoje odeia o povo e os valores de Deus. Davi cometeu adultério e homicídio, foi perdoado porque se arrependeu de verdade, mas os filhos que ele tinha com suas várias mulheres se voltaram uns contra os outros e até mesmo contra ele. Salomão, um dos filhos de Davi, teve mais sabedoria do que qualquer outro homem, mas também se deixou levar pela sensualidade, teve mil mulheres em seu harém e, depois de experimentar tudo o que a vida de um rei poderia oferecer-lhe, eis o que ele afirma:

"É tudo culpa dos meus pais".
“Descobri que muito mais amarga do que a morte é a mulher que serve de laço, cujo coração é uma armadilha e cujas mãos são correntes. O homem que agrada a Deus escapará dela, mas ao pecador ela apanhará”. [Eclesiastes 7.26]

Será que a gente quer arriscar nossa salvação em favor dos nossos desejos e relativismos? Ou então, como Salomão, chegar ao fim de nossa vida e olhar pra trás com frustração e lamento? Ou ainda chegar ao céu e vermos tudo que poderíamos ter sido e feito nas mãos de Deus, mas que rejeitamos porque não queríamos rejeitar nossa carne?

“...mantendo a fé e a boa consciência que alguns rejeitaram e, por isso, naufragaram na fé”.
I Timóteo 1.19

"Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más".
João 3.20

domingo, 21 de agosto de 2011

Na luz ou nas trevas? [1]


Ela está profundamente arraigada na nossa sociedade. Podemos notá-la claramente ao estudarmos a História da humanidade, inclusive através da Bíblia. Ela é o centro da trama das novelas, assim como da maioria dos filmes e afins. Ela é inspiração na música secular. E está na motivação principal da maior parte dos crimes que enchem as páginas policiais. Infelizmente, ela está até mesmo dentro das igrejas. Ela é como um câncer, que vai consumindo relacionamentos, famílias e vidas. Corrompe nossa visão do amor de Deus e de Seu plano original pra nós.

Este não vai ser mais um post, mas um estudo, com a graça do Papai. Acho que meu primeiro estudo, né?! Terminei a leitura do livro “A Face Oculta do Amor – Desmascarando o espírito de sensualidade”, no meio da semana passada e me encontrei mais impactada do que imaginei. A minha surpresa se deve ao fato de toda a leitura já ter sido bem esclarecedora e até reveladora, por isso, não esperava essa que experiência pudesse ir ainda mais a fundo. Mas Deus criou o contexto e forneceu até os dados. Não estou debatendo nenhum tema inédito, nem usando apenas conhecimento meu [nunca é, né, sempre tem procedência: Ele!], mas sei que esse tema já tem ardido dentro de mim tem tempo e apesar do desafio de escrever algo tão grande e obrigatoriamente organizado, estou bem animada, pois tenho certeza de que é a vontade d’Ele!

Ah, antes de prosseguir, o livro que mencionei e que vai nos acompanhar por todo este estudo é de autoria do pastor Marcos de Souza Borges [“vulgo” Coty! rs], da JOCUM – em campo desde janeiro de 1986, quando se casou com a também pastora-missionária Raquel.

Creio que este é um tema costumeiramente abordado de duas formas pela igreja: indiferença e aversão. No dia a dia da vida da igreja, a sensualidade e a sexualidade são ignoradas, postas de lado, porque é um tema difícil, complexo e até mesmo controverso. Mas quando pecados sexuais vêm à tona na vida de algum cristão/crente, é como se ele tivesse lepra, pois segue a quarentena social. Com certeza não estou isentando ninguém de seu erro, mas é muito fácil evitar a parte difícil, que é orientar e tratar a vida das pessoas nesta esfera, para apenas apontar o dedo, condenar e até mesmo excluir. A igreja se omite em sua tarefa de cuidar pra evitar o pecado, como de tratar o pecador e ajudá-lo a consertar sua vida. Eu sou a igreja também, porque a igreja não é uma estrutura física ou doutrinas, somos nós, templos vivos do Espírito Santo. Então essa crítica é também pra mim. Mas este estudo e este interesse no tema é uma forma de tentar mudar isso.

“Talvez a igreja não dê tanta atenção a isso porque este não é um problema muito comum, ou mesmo porque há coisas mais importantes pra nos preocuparmos do que com o que cada um faz entre quatro paredes”. Este pode ser um pensamento comum a muitas pessoas, não sei se é o seu caso. Mas... será mesmo que não tem importância? Será mesmo que não é tão comum assim? As igrejas estão povoadas de pessoas boas, salvas, cheias do Espírito Santo! E o mundo também é um lugar perfeito! Talvez o Céu não seja nem necessário, de tão perfeito que esse mundo é, né?! [sarcasmo detected!]

Uma pesquisa realizada pela BEPEC no início deste ano confirma uma realidade aterradora, que joga por terra todas as nossas desculpas. Nomeada como “O Crente e o Sexo”, o levantamento, feito em outubro do ano passado, aborda jovens cristãos e cristãos casados. Não há como tapar os olhos diante de um quadro desses. Não é à toa que a igreja, de uma maneira geral, não tem cumprido seu papel e feito diferença neste mundo.

De acordo com a pesquisa, 11,9% dos homens evangélicos casados tiveram uma relação homossexual na vida, assim como 3,7% das mulheres evangélicas casadas, e, deste total, 1,7% mantém a prática. Já entre os jovens cristãos na faixa de 16-24 anos que tiveram experiência sexual, 54,57% admitiu que esta ocorreu após a “conversão” [aspas minhas]. Dos 45,43% que tiveram essa experiência antes da “conversão”, 64,58% a mantiveram.

Coty define a sensualidade como a “idolatria dos próprios sentimentos e desejos” e acrescenta que “quando não há limites para os desejos, não há dimensão para o mal e a injustiça”. Mas, ele enfatiza de que não é apenas isso:

“É muito importante frisar que a sensualidade não é meramente uma postura atrativa que desperta a cobiça e a inveja alheia, se impondo através da defraudação, mas é acima de tudo a expressão física de entidades demoníacas que desejam escravizar e desfigurar o ser humano, impondo grilhões e amarras que subjugam o comportamento, os sentimentos e a vontade humana, manipulando relações com consequências traumáticas, que impetram maldições que se perpetuam por gerações”. [pág34]

Se você não tem tido domínio sobre seus desejos, eu te desafio a não apenas ler este post, talvez este livro, mas a buscar mesmo em Deus a libertação. Lendo esse livro, eu percebi como esse espírito tentou influenciar meus pensamentos e ideais a fim de me afastar do real amor de Deus, mas glórias a Ele, este AMOR foi maior. Em breve continuamos com esta discussão. Aceito perguntas e comentários, caso já existam.

Que Ele esteja no controle de cada um desses caracteres, de cada um de nós!

Esta é a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês: Deus é luz; nele não há treva alguma. Se afirmarmos que temos comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade”.
I João 1.5-6

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Spring is coming...

Umas semanas atrás, meio cansada do frio insistente, um novo pensamento veio à minha mente: a melhor coisa do inverno é que a primavera já vem em seguida! =D Desculpem, sou uma garota que se agrada mais dos equinócios!

Peguei uma virose que, pela demora em ir embora, nos faz começar a suspeitar da possibilidade de que seja dengue. Os sintomas começaram na quarta à noite e vão mudando com o passar dos dias. Então, se esse post estiver muito do chato, já sabem a quem culpar: Aedes aegypti! haha Isso só depois do exame que eu devo fazer dentro de uns dois dias, não sejamos injustos, né? Mas foi um pouquinho frustrante olhar pra fora e ver dias tão bonitos, ensolarados, inspiradores e não ter ânimo pra fazer absolutamente nada. Não gostei nada da experiência (não estou gostando, aliás), mas como sempre, de todas as coisas podemos tirar algo pra aprender.

Sentindo tantos tipos diferentes de mau-estar, pude pensar que na ausência é que realmente damos valor. Enquanto nossa saúde está intacta, sem oscilações, nem lembramos de agradecer a Deus pela dádiva que ela é pra nós, mas quando sentimos a menor dor sequer, começamos a murmurar. Me peguei lembrando de tantas situações em que não tive tempo pra parar, ou que estive saltitante da vida até incomodando as pessoas (né, Cloue? :p), e nem pensei no quanto a saúde e o bem-estar foi parte do pacote do Papai sobre mim.

Se não fosse pelo inverno, a primavera não teria a graça que tem. Se não fosse pelo verão, o outono não teria a graça que tem (pelo menos não toda ela). Mas os extremos dão o valor ao equilíbrio. O tempo seco no que vemos e sentimos é que faz com que nossos sentidos anseiem tanto pela beleza e alegria da primavera. E o calor e umidade intensos do verão é que também conferem aquela agradável beleza introspectiva ao outono.

Ontem, no caminho pra casa, pude observar uma árvore próxima do anel rodoviário. Sabe aquelas árvores que ficam sozinhas ou bem espaçadas depois de algumas obras viárias? Algumas chamam muito a minha atenção por sua beleza, e, então, começo a tentar apreender as mudanças que estão acontecendo ao tempo por meio delas. E umas duas semanas atrás, olhei pra essa árvore e me impressionei pela sua aparência completamente seca. Mas apesar disso, a vida estava borbulhando ali dentro daqueles troncos tão vulneráveis e abatidos. Porque ontem mesmo, ao olhar novamente, já havia um monte de flores vermelhas dando cor ao exterior daquela árvore. E eu fico com minha "voz interior" embargada ao me lembrar de que o nosso Deus nos compara a árvores, não a quaisquer árvores, mas a árvores plantadas junto a uma fonte de águas que nunca irá faltar, nem nunca estará poluída, mas será sempre viva e sempre vida.

 "É como árvore plantada à beira de águas correntes: 
Dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham". 
Salmo 1.3

O Steven Curtis Chapman pôde comprovar isso por si só, como eu contei no post "Viver o que se canta". E eu não poderia colocar música melhor pra ilustrar essa mudança de estação a caminho do que a dele. Mesmo que o inverno que ele viva lá no Norte, e tenha vivido na vida pessoal, tenha sido bem mais rigoroso...




Spring is Coming
Steven Curtis Chapman


We planted the seed while the tears of our grief soaked the ground
Nós plantamos a semente enquanto as lágrimas de nossa dor encharcam o solo
The sky lost its sun, and the world lost its green to lifeless brown
O céu perdeu o seu sol e o mundo perdeu o seu verde pro marrom sem vida
Now the chilling wind has turned the earth hard as stone
Agora o vento frio deixou a terra dura como pedra
And silently seed rise beneath ice and snow
E silenciosamente a semente nasce embaixo de gelo e neve

And my heart's heavy now
E meu coração está pesado agora
But I'm not letting go of this hope I have that tells me
Mas eu não estou abrindo mão desta esperança que eu tenho que me diz

Spring is coming, Spring is coming
A primavera está chegando, a primavera está chegando
And all we've been hoping and longing for soon will appear
E tudo pelo que esperamos e ansiamos em breve aparecerá
Spring is coming, Spring is coming
A primavera está chegando, a primavera está chegando
It won't be long now, it's just about here
Não vai demorar muito agora, está quase aqui

Hear the birds start to sing
Ouça os pássaros que começam a cantar
Feel the life in the breeze
Sinta a vida na brisa
Watch the ice melt away
Assista o gelo se derreter
The kids are coming out to play
As crianças estão saindo pra brincar

Feel the sun on your skin
Sinta o sol em sua pele
Growing strong and warm again
Ficando forte e quente outra vez
Watch the ground: there's something moving
Olhe o chão: há algo se movendo
Something is breaking through
Algo está rompendo
New life is breaking through
Nova vida está rompendo

Spring is coming, Spring is coming
A primavera está chegando, a primavera está chegando
And all we've been hoping and longing for soon will appear
E tudo pelo que esperamos e ansiamos em breve aparecerá
Spring is coming, Spring is coming
A primavera está chegando, a primavera está chegando
It won't be long now, it's just about here
Não vai demorar muito agora, está quase aqui

Spring is coming, Spring is coming
A primavera está chegando, a primavera está chegando
(Out of these ashes, beauty will rise)
(A partir dessas cinzas, a beleza vai se erguer)
And all we've been hoping and longing for soon will appear
E tudo pelo que esperamos e ansiamos em breve aparecerá
(Sorrow will be turned to joy)
(Tristeza se tornará alegria)
And all we've been hoping and longing for soon will appear
E tudo pelo que esperamos e ansiamos em breve aparecerá
(All we hoped for soon will appear)
(Tudo pelo que esperamos em breve aparecerá)
Spring is coming, Spring is coming
A primavera está chegando, a primavera está chegando
(Out of the dark clouds, beauty will shine)
(Das nuvens escuras, a beleza irá brilhar)
(All above in heaven, rejoice)
(Tudo acima nos céus, regozije-se)
It won't be long now, it's just about here
Não vai demorar muito agora, está quase aqui
(Spring is coming soon)
(A primavera está chegando logo)

(Spring is coming soon)
(A primavera está chegando logo)

sábado, 6 de agosto de 2011

Muito além dos acordes...

Tinha algumas coisas em mente para escrever, mas estava faltando tempo por causa de algumas mudanças no meu trabalho. Não durmo mais no final da madrugada, este agora é meu novo horário pra acordar pro trabalho! rs Também não queria escrever sem tempo ou total convicção. Acho que essa ideia que já despontava precisava de um tempo pra ser "maturada" e ainda me deu uma oportunidade de praticar um pouco meu domínio próprio. hehe Ao longo dos parágrafos essa introdução vai ficar clara [espero!].

Como falei no último post sobre meu acervo de pouco mais de 15 mil músicas cristãs contemporâneas, compreendendo cerca de 250 intérpretes diferentes, estava sentindo o desejo de desenvolver um pouco mais desse tema. E hoje veio minha "deixa". Para quem não está muito familiarizado com esse vocabulário, "deixa" é uma palavra que, geralmente repórteres e apresentadores, usam para saber quando eles devem iniciar suas falas, uma espécie de código, de confirmação.

Hoje quando voltava do trabalho e fui colocar meus fones, fiquei hesitante quanto a que intérprete ouvir. Passei por toda a lista no meu celular e fiquei entre Tenth Avenue North e Tim Hughes. Cheguei a clicar em Tenth, mas voltei atrás e passei a ouvir Tim - que é um dos mais-mais. Meu álbum mais amado e ouvido até então, neste ano, é o dele.

Eram quase 10 horas da manhã e seguia meu caminho, quando soprou um vento. Minha vontade na hora foi a de levantar os braços pro céu e começar a cantar a música que ouvia. Isso confirmou que escolhi o intérprete certo pra ocasião. hehe Um tempo depois, já dentro do ônibus, continuava cantando as músicas [sempre sem emitir som], porque o desejo de louvar ao meu Criador só aumentava. E, num dado momento, quando passava em frente a um cemitério no caminho, estava com os olhos fechados e, ao abri-los pensei que fosse melhor tornar a fechá-los, mas me perguntei "por que eu não poderia louvar, olhar pro céu, mesmo diante desse cemitério?". E me veio à mente um versículo em Eclesiastes, que diz:

"O que as suas mãos tiverem que fazer, que o façam com toda a sua força, pois na sepultura, para onde você vai, não há atividade nem planejamento, não há conhecimento nem sabedoria". [Ec 9.10]

Tive, então, aquela convicção de que era o tempo certo de louvar, e com toda intensidade. Porque eu posso louvá-Lo, ao contrário de tantas pessoas que foram enterradas naquele lugar. Algumas, podem voltar a louvá-Lo um dia, outras, nunca mais terão essa oportunidade. Eu posso louvá-Lo porque estou viva e por estar viva também, e, ainda, porque O conheço de forma a querer louvá-Lo cada vez mais.

C.S. Lewis afirma, em Cristianismo Puro e Simples, que a música "é o objeto conhecido nesta vida que mais fortemente sugere o êxtase e a infinitude" e, por isso, é usado na Bíblia como símbolos d'Ele e do que nos aguarda no Céu. Sou muito grata por esse presente que Ele nos concedeu e também por Ele ter me proporcionado me alimentar e me utilizar da música feita por Ele e pra Ele. E acho que isso começou durante o início do meu processo de busca pela santidade, já mencionado aqui.

Sempre gostei demais de música e, desde cedo, a música cristã se tornou importante na minha vida, mas não deixava de ouvir as seculares e admirar o talento expresso por elas. O talento eu ainda admiro, apesar de lamentar que não seja utilizado para o fim a que foi criado. Mas ouvir, tem tempos que não ouço. Aos poucos, fui apagando tudo. E eu tinha bastante coisa [não 15 mil, claro!]. Toda comédia romântica que gostava, baixava a trilha inteira. Mas o Espírito Santo foi me mostrando que as músicas animadas não me trazia nada de bom, ao passo que as calminhas e românticas influenciavam demais meu estado de espírito. Eu amava, em especial, músicas dor-de-cotovelo. Faz sentido isso? Era muita burrice pra uma pessoa só continuar com essas práticas.

A maior parte dessas 15 mil músicas louvam a Deus diretamente, outras louvam cantando o amor que Ele planejou que exista entre homem e mulher e outras louvam através de experiências e percepções que são compartilhadas. Claro, sempre há também aquelas que apenas repetem o que parece vender, principalmente porque a maioria é americana e o mercado lá é absurdamente grande, né?!

Já disse aqui que, cada vez que senti falta de um intérprete secular, Deus me mostrou alguém com talento e semelhanças pra suprir essa falta - alguns eu nunca tinha ouvido falar, outros eu só ainda não tinha parado pra ouvir com atenção.
Não estou falando que você precisa ouvir só música cristã pra ser salvo, de forma alguma. No último post mesmo disse que é simples: "Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você e os de sua casa" [Atos 16.31]. Parar de ouvir música secular não foi [nem é] uma exigência, na minha vida é uma consequência. E mais do que uma consequência, um prazer, um presente, um privilégio. É uma forma de tentar praticar o que está escrito em Filipenses 4.8:

"Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas".

Como eu escuto música durante boa parte do meu tempo, é uma forma da minha mente estar voltada pra Deus. E Ele já falou comigo inúmeras vezes através de músicas que Ele mesmo me apresentou. Já partilhei isso por aqui também várias vezes. Chega a ser engraçado ouvir uma música que me acompanhou durante um tempo difícil e poder refletir como Deus me tratou durante esse período ou como foi bom encontrar pra palavras pra expressar aquilo que eu mesma não estava conseguindo.

Outro dia cliquei num link tuitado que trazia o título de um post, que dizia "Pra quê serve a música gospel?", ou coisa do tipo. E aqui entra a parte do domínio próprio que falei. rs Eles postaram a letra de uma banda de rock na qual o sujeito afirmava o completo desespero no qual estava sua vida e, acredito que no refrão, chegava a perguntar por Deus. É novidade que muitos desses artistas estão em desespero, ainda que a maioria não cante isso? Por qual outra razão se afundariam tanto nos vícios, promiscuidade, em uma jornada, muitas vezes sem volta, de autodestruição??? No meio da letra, um palavrão era sempre repetido. Ok, não vou esperar que esses artistas tenham temor do Senhor, né? Mas o que mais me revoltou foram alguns comentários na postagem, exaltando esse tipo de música e afirmando que diante desse tipo de coisa, artistas seculares "falarem" de Deus, não há mais serventia nenhuma na música cristã. Um deles chegava a dizer que não gostava da tal banda, mas que qualquer coisa é melhor do que "gospel".

Das duas uma: ou essas pessoas que pensam e dizem isso não conhecem nada de música cristã, ou nada do Espírito Santo. Lembro de ouvir o Pastor Lúcio Barreto falar que a origem do verbo "jazer", vem de ninar. Quando lemos, na Bíblia, que "o mundo jaz no Maligno" [1Jo 5.19], significa que o mundo está embalado nos braços dele como uma criança. O mundo está sendo ninado pelo diabo, porque ele não quer que o mundo acorde pra realidade dele, do mal, e do bem, de Cristo. Mas uns comentários desses, sejam escritos, sejam falados, me fazem temer que tenha muita gente confortável, sendo ninada. Nada as incomoda. Tudo é relativo, tudo é permitido. Podem ouvir o lixo que for que permanecem inabaláveis. Ou talvez sejam superiores demais para serem tentados ou perderem o foco. A falta de conhecimento é realmente o que eu mais acho engraçado em quem fala asneiras desse tipo. Nos Estados Unidos, onde a música cristã tem história (Nashville e Memphis, no Tennessee, são consideradas berço das músicas country e cristã e são tidas como referência até hoje, além de parada obrigatória pra quem ama música), a indústria de entretenimento não rejeita a música cristã. São inúmeros os filmes, séries e programas que recorrem à música cristã como trilha. Não foram poucas as vezes em que, assistindo algo na tevê, me surpreendia ao reconhecer uma melodia familiar até identificar de qual se tratava. Até mesmo no Brasil isso acontece. Uma vez, no meu antigo trabalho, estavam ouvindo 98 FM e, de repente, começou a tocar uma música do TobyMac - outro gênio criativo e inspirado da música cristã contemporânea, que faz uma miscelânia de rap, r&b, rock e até reggae em seu som.
Você pode se empolgar e se emocionar com o talento das vozes, da execução dos instrumentos na música secular. O talento é dado por Deus a cada um desde o nascimento. Pode se identificar com as letras. Essas músicas podem transmitir pra você alegria, emoção, inspiração, romantismo - falando das coisas boas, mas não podem transmitir paz. No máximo uma "aparência" de paz, como as músicas da Enya, usadas pra meditação. Mas quem conhece essa paz da qual estou falando, sabem que estou falando a mais pura verdade. Todas as sensações boas que falei acima passam rápido e, muitas vezes por isso, dão origem a sensações ruins, como ansiedade, desespero, tristeza. Mentira? Eu já provei isso inúmeras vezes. Mas as músicas feitas com a inspiração do Espírito Santo transmitem a paz, que é um importante gomo do fruto d'Ele. hehe Hoje mesmo, voltando do trabalho, das músicas mais agitadas às menos agitadas e até às totalmente calmas do Tim Hughes, todas me transmitiam uma paz sem igual. Como se [também já falei isso no blog] potencializassem minha própria percepção da paz d'Ele dentro de mim. Quando alguém usa esse talento dado por Deus, pra glória d'Ele, a Palavra nos afirma que esse dom aumenta, é multiplicado, assim como a amplitude disso.

Acho que estou caminhando pro fim desse post, e quero fazer isso com uma comparação bem clara. 

Quem já não ouviu a música Hallelujah, de autoria do canadense Leonard Cohen, que ficou muito conhecida entre os da nossa geração através da trilha de Shrek?


Leonard Cohen é judeu e se tornou, também, monge no final da década de 90. Uma vez perguntado se uma religião não interferia na outra, ele respondeu: "Bem, para uma coisa, na tradição Zen que eu tenho praticado, não há culto de oração e não há nenhuma afirmação de uma divindade. Teologicamente, então não há desafio para qualquer crença judaica". Além de compositor, ele é filósofo. Chegou a dizer, quando Kurt Cobain morreu, que lamentava por não ter falado com ele, que no monastério muitas pessoas conseguiram se livrar das drogas e, por isso, havia outras opções além da Escola Dominical. A música dele reflete esse mesmo vazio de alguém que já ouviu muito de Deus, mas nunca o conheceu. Que sabe muito da Bíblia [pelo menos do Velho Testamento], mas nada de Deus. Expert em religião, mas ignorante em Cristianismo de verdade. Ela não é uma música cristã, é uma música secular que aborda temas bíblicos. Não é um louvor, é um lamento.

"Eu soube que havia um acorde secreto
Que David tocava, e que agradava o Senhor
Mas você não liga muito para música, não é?

É assim..., a quarta, a quinta,
O menor cai,
O maior sobe,
O rei frustrado compõe Aleluia

Aleluia...
 
Sua fé era forte mas você precisava de provas
Você a viu tomando banho do telhado
A beleza dela e o luar arruinaram você

Ela amarrou você à cadeira da cozinha
Ela destruiu seu trono
Ela cortou seu cabelo
E dos seus lábios ela tirou um Aleluia

Aleluia...

Talvez eu já estivesse aqui antes
Eu vi este quarto, eu andei neste chão
Eu vivia sozinho antes de conhecer você

E eu vi sua bandeira no arco de mármore
Um amor não é uma marcha da vitória
É um frio e sofrido Aleluia

Aleluia...

Mas houve um tempo em que você me disse
O que realmente acontecia lá embaixo
Mas agora você nunca me mostra, não é?

E lembre-se quando eu te comovi
E a pomba da paz também se comoveu
E cada o suspiro que dávamos era um Aleluia

Aleluia...

Talvez haja um Deus lá em cima
E tudo que eu já aprendi sobre o amor
Era como atirar em alguém que tirou você

Não é um choro que você pode ouvir de noite
Não é alguém que viu a luz
É um frio e sofrido Aleluia

Aleluia..."

Fiquei contente da vida quando vi, outro dia, que alguém tinha aproveitado essa bela melodia em um hino de louvor. O ministro da música cristã, Lincoln Brewster, compôs uma nova versão pra essa música, como tributo a cinco missionários americanos assassinados no Equador.

O testemunho do Lincoln é um "pouquinho" diferente do Cohen. Ele não nasceu num lar cristão, mas por volta dos 20 anos, há 20 anos atrás, ele tomou uma decisão: "Sentindo-se vazio, ele participava de cultos na igreja de sua namorada do colegial, a cristã Laura. Ele se lembra de Deus o atraindo depois de assistir uma peça na igreja com Laura. 'Eu estava com medo de perder um monte de coisas na minha vida. Uma noite, eu coloquei todas as minhas cartas na mesa. Eu convidei o Senhor a entrar na minha vida, totalmente sozinho. Foi a melhor noite de sono que eu já tive. Eu estava em completa paz'."

Ele, um levita consagrado a Deus, pôde compor uma canção de louvor. Um Outro Aleluia. Façam a prova da paz. Quem conhece a verdadeira paz, vai saber diferenciar. Uma letra bem mais simples, mas não é sobre conteúdo, é sobre coração. Um coração rendido aos pés do Senhor. Ciente de Sua existência, soberania e amor.


Another Hallelujah

 

I love You Lord with all my heart
Eu Te amo, Senhor, com todo meu coração
You've given me a brand new start
Tu me deste um começo novo em folha
And I just want to sing this song to You
E eu apenas quero cantar essa canção pra Ti
It goes like this the fourth the fifth
É assim, a quarta, a quinta
The minor fall the major lift
A menor cai, a maior ascende
My heart and soul are praising
Meu coração e alma estão louvando
Hallelujah
Aleluia

Hallelujah, hallelujah
Alleluia, aleluia
Hallelujan, hallelujah
Alleluia, aleluia

I know that You're the God above
Eu sei que Tu és o Deus acima de tudo
You're filling me with grace and love
Estás me enchendo com graça e amor
And I just want to say thank You to You
E eu apenas quero dizer obrigado a Ti
You pulled me from the miry clay
Tu me tiraste do barro sujo
You've given me a brand new day
Tu me deste um novo dia
Now all that I can say is
Agora tudo que eu posso dizer é
Hallelujah
Aleluia

"Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas". 
Colossenses 3.2