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domingo, 1 de fevereiro de 2015

O tempo de agora...

Tem tanto tempo que não escrevo! E tenho tanta coisa pra falar! Mas com tanto acúmulo de assunto, nem sei por onde começar, o que priorizar nesse post... rs

O Papai me trouxe em agosto para o centro de treinamento missionário, e logo no início do curso houve uma conversa para que eu continuasse na organização, servindo com minha profissão. Orei, pedi confirmação, que veio pelo menos três vezes claramente, fora toda a impressão que eu já carregava no meu espírito de que não voltaria pra BH.

E estou aqui, servindo dentro da base missionária, mas com uma certeza muito forte que Ele me deu durante uma dessas confirmações. Quando vim pra cá me preparar, Ele tinha me mostrado que este era um passo da caminhada e que Ele mostraria os seguintes. Continuar foi/é mais um passo. Mas é só um passo. Ainda não sei onde vai dar a caminhada, mas sei que Ele está comigo.

Este é o tempo de servi-Lo aqui, de servi-Lo assim, com minha profissão, mas qual tempo, modo e lugar virão depois, só Ele sabe! Isso é tudo que eu preciso saber por agora! Esse tempo está só no começo... Ainda tenho tanto que aprender dessa nova vida de entrega completa ao Pai. Ainda tenho tanto, mas tanto pra fazer nessa etapa. Mas mesmo nesse começo, o que nunca falta são os motivos para agradecê-Lo!

domingo, 6 de julho de 2014

Tempo de levantar voo...

 
Em janeiro desse ano eu tava cheia de planos para o ano. Bons planos, planos que não tinham nada de errado... Na minha cabeça, eu iria aproveitar um ano praticamente certo de emprego (último ano de governo), começar uma pós-graduação a distância em uma boa universidade paulista e no segundo semestre ainda faria uma viagem missionária de cerca de duas semanas para a Estônia. Estava orando por esses propósitos e tinha a pretensão de, após realizá-los, começar um treinamento missionário em Vila Velha no ano seguinte.

Aproveitei duas semanas de férias que tive neste mesmo mês para correr atrás de toda a extensa documentação necessária para a pós e, também, para tirar meu passaporte, entre outras coisas, como renovar minha carteira de motorista. Estava animada. Ao contrário de outros janeiros, eu já tinha tudo esquematizado em minha mente. E tinha no meu coração a paz de que todas essas coisas estavam nas mãos de Deus, conforme eu mesma havia dito e repetido a Ele várias e várias vezes - algumas em meio a lágrimas com medo de buscar a minha vontade e perder o tempo perfeito da vontade dEle.

No final de fevereiro, fui recebendo emails da pós, etapa após etapa concluída. Restava, somente, a confirmação de que haviam fechado a turma. E no dia 28 chegou este email. Não fecharam. Meus olhos não acreditaram quando eu li isso com todas as letras, porque exatamente no mesmo instante me lembrei que tinha entregado esse plano nas mãos de Deus. Senti no meu coração a paz de que fiz o que estava nas minhas mãos e o que se seguiu foi resultado da vontade dEle se manifestando. Foi um sonoro "não" e uma incrível paz. E enquanto eu assimilava essa resposta, esse não, Ele começou a falar muitas coisas ao meu coração. Lembrei que queria fazer essa pós porque, apesar de perceber uma relação entre meu chamado e minha formação, tinha apenas minha graduação há anos e isso era muito pouco a oferecer para o Reino de Deus. Lembrei que anos atrás já havia tentado fazer uma pós e a mesma coisa tinha acontecido. Deus me mostrou que Ele não estava preocupado com a minha qualificação, uma vez que é Ele quem capacita. E começou a falar, também, que a ordem que estabeleci na minha mente talvez não fosse a que Ele tinha em mente... Talvez a oferta que eu havia recebido no início do ano não tinha a Estônia como destino. Tampouco esse seria o primeiro carimbo no meu passaporte... Talvez Vila Velha não era um plano distante, para o primeiro semestre de 2015...

Isso tudo veio como uma avalanche no meu coração. Não sabia se chorava ou se sorria. Mas no meio dessa confusão de emoções, sentia aquela paz inexplicável no coração, que me levou a postar o seguinte no Facebook:

"E aí chega a resposta daquele motivo de oração que a gente estava colocando diante de Deus desde o final do ano... preocupados em estar tomando uma decisão nossa. É, não era pra ser. Mas quando essa resposta vem, a paz chega junto, com a certeza de que a vontade dEle foi feita. Caminhos mais altos, vamos seguir sem olhar pra frente nem pro chão... os olhos devem estar nEle. Sempre! Amoooo! 'Quanto a mim, confio em ti, Senhor. Eu disse: Tu és o meu Deus.' Salmos 31.14"

Desse dia em diante, passei a "importunar" diariamente o trono da Graça, pedindo uma confirmação, uma direção, uma resposta do Alto. No dia seguinte, na verdade, já estávamos a caminho de Juiz de Fora para participar de um retiro muito abençoado junto com a mocidade liderada por um querido pastor e amigo (bem como a família dele). Lá, Deus me falou que a resposta viria, e que iria mudar todo o curso da minha vida. Ouvindo isso, já deu para imaginar qual seria, né? Mas ainda assim continuei insistindo e ansiando por ela. E nesse meio-tempo passei a imaginar várias coisas que implicaria essa grande mudança. A cada despedida que participava, imaginava como seria minha própria despedida. A saudade gritante que sentiria da minha grande, barulhenta, animada e linda família. Como seria falar isso pra eles, a começar pela minha mãe, excessivamente super protetora. E tudo que me perguntavam sobre o segundo semestre eu não sabia responder. "O que acha de fazer tal curso?", "Vamos viajar pra não sei onde?", "Que acha de trocar seu colchão?", entre muitas outras... Parecia que eu não dava a mínima importância para tudo isso que me colocavam, mas os meus "vamos ver", "eu não sei", de resposta eram, na verdade, a única resposta que eu poderia dar sem ser desonesta.

Vale destacar que comecei a escrever esse post no dia 18 de junho. Apenas 17 dias depois de ter feito minha matrícula na turma 2 do Centro de Treinamento de uma agência missionária que encontrou eco no meu coração desde quando a conheci - na verdade os conheci. :)) Uma semana depois de ter feito a matrícula e ter pedido total sigilo de quem a recebesse lá, contei pra minha família. Choradeira, drama, os mesmos cenários que imaginei várias vezes da saudade e da distância, eles também imaginaram. Ainda ouvi algumas cobranças como se eu estivesse tomando uma decisão com o intuito de machucar àqueles que mais amo, o que me doeu bastante. E nesse momento entendi porque a "resposta do Alto" não veio de uma maneira sobrenatural, de uma hora pra outra... porque Deus sabia que eu precisava me acostumar com a ideia primeiro, ideia que foi virando desejo, desejo que passou a crescer e arder dentro do meu peito. Aí, então, veio a paz, veio uma palavra dEle. Este era mesmo o tempo, esta era mesmo a vontade dEle.


Três meses inteiros indo trabalhar e curtindo a arquitetura e pensando no privilégio que tive ao poder passar pouco mais de dois anos naquele lugar (onde ainda trabalho, graças a Deus). Três meses inteiros me sentindo incrivelmente privilegiada por dirigir o estudo da célula com amigas que se tornaram cada vez mais queridas, estar junto com nossos jovens em classe de Escola Dominical. Ainda que triste, porque queria ter feito muito mais.

Ao preencher as fichas para o CT, tive que responder algumas perguntas sobre minha experiência de conversão e chamado. E percebi que foi tudo muito parecido. Já falei nesse blog sobre minha conversão. Na verdade me identifico muito com o testemunho do Mike Donehey, vocalista do Tenth Avenue North, que afirma que Jesus foi "Meu Salvador aos 5 anos. Meu Senhor aos 18. Meu Tesouro a partir dos 20".

Minha conversão também foi gradativa. Deus primeiro foi meu Pai, desde que eu me conheço por gente, provavelmente uns quatro anos de idade... Mas com o passar dos anos, passei a me relacionar com a Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo. Do simples temor, (respeito e reverência) o relacionamento passou a ser baseado no amor (sem, de forma alguma, excluir o primeiro). De ouvir falar, passei a andar com Ele (#os3). E assim também acabou acontecendo com meu chamado. De repente fui percebendo que a única coisa que realmente me trazia uma sensação de plenitude e satisfação, era atuar no Reino. Voltar pra vida real era sofrido. Enquanto ideias ferviam no meu coração para o Reino de Deus, para minha vida profissional ou financeira eu não tinha qualquer direção ou objetivo a curto, médio ou longo prazos. Meus sonhos e ambições profissionais passaram a ter o Reino de Deus como fim. E assim foi acontecendo... aquele fogo queimando no meu coração, aquela sensação estranhamente clara de que eu não teria uma vidinha (sem pejorativismo nesse diminutivo) convencional como a maioria das pessoas.

Lembro-me de que há cerca de quatro anos, em um tempo de oração no Monte, recebi uma palavra, do Alto, a respeito de sonhos e de voar alto... mas que pra isso seria preciso tomar um impulso para levantar voo. Estou tomando o impulso e em menos de um mês estarei fora do ninho, do meu lugar de conforto. Lugar da onde só me imaginava saindo para o casamento - e abrir mão dessa ideia foi difícil no início. Já sinto saudade de tantas pessoas, rotinas, da minha casa, do meu carrinho, da minha falsa impressão de independência de fazer e comprar o que quero, quando quero. Mas tudo isso encontra dentro de mim uma enorme expectativa pelo novo de Deus. Sigamos rumo a isso! Sua Palavra vai iluminar o caminho a cada passo, até o destino final - Jesus! :))

E pra encerrar esse post, uma música que o Papai me mandou de presente num dia que as cobranças estavam incomodando... e que resume o porquê disso tudo.




I could just sit
Eu poderia apenas me sentar
I could just sit and wait for all Your goodness
Eu poderia apenas me sentar e esperar por toda Tua bondade
Hope to feel Your presence
Esperar sentir Tua presença
And I could just stay
E eu poderia apenas ficar
I could just stay right where I am and hope to feel You
Eu poderia apenas ficar onde estou e esperar para Te sentir
Hope to feel something again
Esperar para sentir algo outra vez

And I could hold on
E eu poderia me agarrar
I could hold on to who I am and never let You
Eu poderia me agarrar a quem eu sou e nunca deixá-Lo
Change me from the inside
Me transformar pelo interior
And I could be safe
E eu poderia estar segura
I could be safe here in Your arms and never leave home
Eu poderia estar segura aqui em Teus braços e nunca sair de casa
Never let these walls down
Nunca deixar essas paredes caírem

But You have called me higher
Mas Tu tens me chamado para mais alto
You have called me deeper
Tu tens me chamado para mais profundo
And I'll go where You will lead me Lord
E eu irei aonde Tu me guiares, Senhor
You have called me higher
Tu tens me chamado para mais alto
You have called me deeper
Tu tens me chamado para mais profundo
And I'll go where You will lead me Lord
E eu irei aonde Tu me guiares, Senhor
Where You lead me
Onde Tu me guiares

And I could hold on
E eu poderia me agarrar
I could hold on to who I am and never let You
Eu poderia me agarrar a quem eu sou e nunca deixá-Lo
Change me from the inside
Me transformar pelo interior
And I could be safe
E eu poderia estar segura
I could be safe here in Your arms and never leave home
Eu poderia estar segura aqui em Teus braços e nunca sair de casa
Never let these walls down
Nunca deixar essas paredes caírem

But You have called me higher
Mas Tu tens me chamado para mais alto
You have called me deeper
Tu tens me chamado para mais profundo
And I'll go where You will lead me Lord
E eu irei aonde Tu me guiares, Senhor
You have called me higher
Tu tens me chamado para mais alto
You have called me deeper
Tu tens me chamado para mais profundo
And I'll go where You will lead me Lord
E eu irei aonde Tu me guiares, Senhor
Where You lead me
Onde Tu me guiares
Where You lead me Lord
Onde Tu me guiares, Senhor

And I will be Yours, oh
E eu serei Tua, oh
I will be Yours for all my life
Eu serei Tua por toda minha vida

And I will be Yours, oh
E eu serei Tua, oh
I will be Yours for all my life
Eu serei Tua por toda minha vida

And I will be Yours, oh
E eu serei Tua, oh
I will be Yours for all my life
Eu serei Tua por toda minha vida
So let Your mercy...
Então deixe Tua misericórdia...

And I will be Yours, oh Lord
E eu serei Tua, oh Senhor
I will be Yours for all my life
Eu serei Tua por toda minha vida
So let Your mercy light the path before me
Então deixe Tua misericórdia iluminar o caminho diante de mim

Cause You have called me higher
Porque Tu tens me chamado para mais alto
You have called me deeper
Tu tens me chamado para mais profundo
And I'll go where You will lead me Lord
E eu irei aonde Tu me guiares, Senhor

Where You lead me
Onde Tu me guiares
Where You lead me Lord
Onde Tu me guiares, Senhor

segunda-feira, 7 de março de 2011

Algumas palavras em mente...

Como cristãos, que estão no mundo, mas não são do mundo, somos constantemente bombardeados com dúvidas e situações que exigem de nós uma resposta. Creio que duas palavras são vitais nisso: equilíbrio e discernimento. Muitas coisas nos são oferecidas, são de nós cobradas, mas devemos buscar em Deus o norte para nossas ações e comportamento.

A leitura do livro A Revolução do Amor, da Joyce Meyer, ampliou essa questão que há tempos tem ocupado alguns de meus pensamentos. Há muitas divisões dentro da própria igreja de Cristo e, muitas vezes, como ela mesma ressalta no livro, parece que o deixamos de ser há muito tempo. Porque se não estamos fazendo diferença no mundo, não podemos ser considerados a Igreja d'Ele. 

Muitos de nós vivem apenas para fazer suas escolhas na vida: profissão, casamento, gostos pessoais, e por aí vai. E nessa vidinha medíocre, nos esquecemos dos outros, não paramos para dar-lhes atenção ou sequer pensar em como atingi-los. 

Outro dia estava lanchando com colegas e então um deles falou sobre um amigo de infância gay, o que provocou zuação dele e do outro. Acontece que na mesa ao lado havia um cara que, muito provavelmente, era gay. E diante daquelas brincadeirinhas tão preconceituosas eu me senti mal por ele. E tentava focar o assunto em outras questões que não a sexualidade alheia. É aquela velha questão, você não precisa concordar com o estilo de vida de alguém (eu não concordo com esse "estilo"), mas você precisa respeitá-lo.

Como eu vou demonstrar amor a alguém que não vive os princípios da palavra de Deus tratando-o com ironia, preconceito e infantilidade? Jesus tratou alguém assim quando andou por essa terra? Na-não! Corrijam-me se eu estiver errada, mas nossa missão não é imitá-Lo? Não foi daí que surgiu o termo que nos dá nome? Podem me chamar de evangélica, de crente, de protestante, de metodista, mas o que eu gosto mesmo de ser chamada e me nomear, é cristã. Sou uma cristã. Somos cristãos. E, como a maioria deve saber, os seguidores Jesus receberam esse nome, que significa "pequenos cristos", porque eram vistos dessa forma, como pessoas que imitavam Jesus Cristo. É por isso também que deveríamos ser chamados dessa forma. Não porque um dia fomos batizados, não porque vamos à igreja nos domingos, nem porque tomamos a ceia uma vez por mês, mas porque vivemos tentando imitar o nosso Mestre.

O Dan Haseltine [vocalista do Jars], um tempo atrás, levantou algumas questões no twitter sobre os limites da nossa separação do mundo. Como santos [separados], devemos ficar no nosso canto e ignorar o pecado e os pecadores ou devemos nos misturar, para que o amor de nosso Senhor também chegue até eles?

Interessante que essa palavra equilíbrio também povoa os pensamentos de muitos cristãos ao redor do mundo. Ontem mesmo, também no twitter, o Mike Donehey, vocalista do Tenth Avenue North, compartilhou, brevemente, algumas inquietações. Tinha surgido na rede uma crítica aos artistas cristãos que não falam toda a verdade no evangelho, apenas parte dela. Ele diz que se escrever uma canção dizendo como somente em Cristo há salvação, não irá tocar nas rádios mais populares, mas se escrever uma canção sobre sexo no casamento como está explicíto em Cantares, não irá tocar nas rádios cristãs também. Ele encerra o pensamento com a seguinte afirmação: "Então, como artistas, as escolhas que fazemos em relação àquilo que escrevemos e cantamos terá efeito direto naqueles que nos ouve. Como Salomão, Deus me dê sabedoria". Eis outra palavra-chave pra nós. 

Acredito que não vamos evangelizar ninguém falando que a pessoa tem que morrer, porque não vamos explicar ao certo o que isso pode querer dizer, pelo contrário, só iremos impedi-la de conhecer e compreender a verdade. Precisamos mesmo de sabedoria pra saber como levá-la até à Verdade, o Caminho, a Vida, que é Cristo Jesus. Depois que ela conhecê-Lo, Ele mesmo vai ensiná-la conforme a vontade d'Ele... e pode até nos usar e capacitar para esse processo [de discipulado]. Mas pensando em tudo isso e todas as dúvidas e dificuldades que marcam nossa caminhada seguindo Ele, penso que o melhor mesmo é aprender a falar através dos nossos gestos. A linguagem do amor d'Ele por cada um de nós. Oremos pra que esse amor encha nossos corações de forma tão intensa a ponto de que não precisemos mais nem abrir nossas bocas enquanto não for a hora...



ps: não vai dar pra traduzir agora, nem ver se digitei algo muito estranho, nem abordar algumas outras coisas dentro do assunto, porque meu irmão tá me pressionando pra liberar o note dele... rs =S

quarta-feira, 29 de julho de 2009

"Fiel é o que vos chama, o qual também o fará"

No começo do ano, com muita dúvida e luta, consegui estar num retiro de carnaval - benção que já me aconteceria pelo décimo ano consecutivo. Antes disso, Deus colocou no meu coração o desejo de participar do Projeto Missionário Passa à Macedônia, da Igreja Metodista, caso um outro plano pra Ele não se concretizasse. Entenda que, quando trabalhamos como profissionais, nem sempre é fácil [ou simples] conseguir as datas certas para estar nas programações que, em épocas de juvenil ou início de faculdade seriam bem mais tranquilas.

O plano que tinha em mente se mostrou não ser o mesmo de Deus [ao menos no momento]. A partir daí, meus esforços se focaram em manter algumas condições na minha rotina que me permitiriam tirar uma semana de julho para atuar exclusivamente na obra do Senhor. Não foi fácil, tive que segurar alguns pedidos de oração.

Mas o Passa veio, se foi e voltará no ano que vem com a graça do Papai - espero, também pela graça d'Ele, estar lá mais uma vez!

Que momento não foi esse? Que semana não foi essa? Que prazer e alegria é trabalhar na obra do Senhor!

Vivemos tantos desafios, fomos bombardeados pelo Inimigo tantas vezes, mas a vitória veio daqu'Ele que é maior em nós! Glórias e honra ao nome d'Ele!

Nossa chegada a São João del Rei ocorreu no sábado [18], próximo da hora do almoço. De lá pra cá, foram tantos bons momentos. Tanta gente abençoada, talentosa e dedicada que eu conheci. Cultos e louvores maravilhosos. Muito trabalho. Em uma semana aconteceu muita coisa, mas hoje parece pouco. Se o projeto durasse um mês, talvez ainda fosse pouco. Nem falta d'água no alojamento, ônibus lotados, comida que não é da "mãe", colchão inflável e instável, trazem qualquer má recordação. Muito pelo contrário, só valorizam ainda mais as vitórias e conquistas!

É difícil destacar algo, mas tem dois lugares que me marcaram. Neste post, vou me ater somente a um deles. Na quarta pela manhã, fui, em um grupo de cerca de 20 pessoas, para o culto no Presídio Regional. Lá eu tinha como missão, além de ser Corpo e Igreja de Cristo, fazer algumas entrevistas para o DVD do Projeto.

Foi uma experiência, nova, diferente, tensa, mas gratificante. Não era nada cômodo passar próxima das grades superiores do pátio, onde um mundo de homens falava coisas que não me esforçava pra compreender. Mesmo porque só quando o culto já ia começar mesmo que liberaram pro restante das meninas entrarem. Até então, éramos somente eu e mais duas - sendo uma delas nossa camerawoman.

Pouco a pouco, 115 presos foram entrando no pátio e tomaram seus lugares. Todos com discrição, timidez, alguns carregando Bíblias. "Quem vê cara, não vê coração", mas a grande maioria tinha vergonha de se encontrar na condição em que estava. Homens sofridos, que estão pagando as consequencias por seus pecados.

Pude entrevistar um deles. Um rapaz de apenas 25 anos com 27 delitos, já tendo cumprido uma pena de quatro anos. Ele me falou sobre a importância da educação, que ele mesmo não teve e que, em parte, o ajudou a procurar maus caminhos. Mas em sua fala, hoje uma nova criatura, o português é muito bom, as conjunções são empregadas corretamente, a mensagem tem uma organização e um sentido. O Espírito Santo de Deus transforma!

Este jovem, que já liderou rebeliões na cadeia, agora fica na ala dos presos em regime semi-aberto - ainda que o dele continue fechado -, aguarda revisão da pena, trabalha como faxineiro e, por bom comportamento, pode usar sapatos. "As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim. Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade".
O Daniel conheceu essa fidelidade.

Não somente ele. Durante o culto, um dos detentos foi até a frente cantar "Noites Traiçoeiras". Foi com sentimento que o homem, condenado por matar um taxista a pedradas, cantou:

"E ainda se vier, noites traiçoeiras
Se a cruz pesada for, Cristo estará contigo
O mundo pode até Fazer você chorar
Mas Deus te quer sorrindo"

Uma experiência para nunca mais esquecer. Que Deus abençoe e fortaleça a fé destes homens que foram libertos pela Verdade, Jesus Cristo!

Para saber mais sobre os dias abençoados que vivemos durante o Projeto, acesse
www.passamacedonia.wordpress.com.