quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Preferências ou exigências?


Trip Lee é um rapper cristão americano que curto demais e que conheci depois de ver o Lecrae, outro rapper do mesmo cenário, falar dele. Um pouco que se observa das letras do Trip, já dá pra perceber que ele não é um artista querendo sua fatia do mercado, mas um cara que busca viver a vontade de Deus.

E no ano passado li esse texto no blog dele e fui muito edificada. Ele fala um pouco sobre a questão das preferências orientarem ou determinarem nossas escolhas na pessoa com quem desejamos ter um relacionamento amoroso. No contexto dele, um grande obstáculo é a cor da pele, que chega a ser mais do que uma simples preferência, é algo social e cultural. Mas ele fala com muita sabedoria sobre o assunto e, sem dúvida alguma, podemos ser edificados e até desafiados com o que ele escreveu no dia 31 de outubro.

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Sempre que posto fotos de minha família nas redes sociais, as respostas são sempre curiosas. O mais comum é, “Seu filho é tão lindo!” ou “Que família linda!”. Mas outra das respostas mais comuns respostas é, “Sua esposa é branca?”. As pessoas me perguntam às vezes nos shows também. A resposta é sim. Minha esposa é um “misto” de húngara, italiana e polonesa – o que para a maioria das pessoas simplesmente quer dizer que sim, ela é branca. Isso é irrelevante para alguns, mas chocante ou mesmo desapontador para outros. Eu não acho que ninguém deveria se chocar ou ficar desapontado por casamentos inter-raciais, mas eu ainda queria falar sobre porque casei fora da minha “raça”.

A decisão de me casar com alguém de uma origem étnica diferente não foi difícil pra mim. Eu nunca me sentei e escrevi uma lista de prós e contras. Porém se tivesse feito, o fato de que minha esposa nunca tinha assistido a um episódio de “Martin” [Luther King] estaria na categoria dos contras. Mas honestamente, eu não agonizei sobre isso ou procurei conselho se estava OK. Eu estava convencido de que ela era a mulher para eu me casar, mesmo ela não sendo negra.

Alguns nunca iriam considerar se casar com alguém que não fosse da mesma etnia que eles, então deixe-me contar-lhe porque eu o fiz.

Expectativas
Para ser honesto, eu sempre supus me casar com uma mulher negra. Eu encontrei mulheres com todos os tipos de beleza, mas as garotas negras eram minha “preferência”. Mas quando cheguei ao campus da minha universidade em 2006, eu não estava procurando por uma esposa de forma alguma. Eu apenas queria crescer em minha fé e conseguir uma boa educação. Meu primeiro álbum tinha acabado de sair, então eu tinha muitas outras coisas para me concentrar. Mas, ao passo que conhecia pessoas na faculdade, uma aluna do segundo ano chamada Jessica realmente chamou minha atenção e nos tornamos amigos.

Nós frequentávamos os mesmos círculos e acabamos aderindo à mesma igreja, então nós nos víamos bastante. E quanto mais eu a conhecia, mais eu era atraído a ela. Ela amava Jesus de verdade e tinha essa vontade infantil de fazer o que quer que Ele pedisse. Sua compaixão pelas pessoas necessitadas me desafiava e ela tinha um coração humilde em resposta à Palavra. Ao fim daquele primeiro ano, eu assisti Jessica sacrificar incontáveis horas de seu tempo servindo em nossa igreja. No topo de tudo isso, eu amava estar perto dela. Nossa conversa, fosse séria ou boba, sempre fluiu com facilidade. Por isso, eu, eventualmente, comecei a perguntar a mim mesmo, “Será que eu devo me casar com essa garota?”

Preferências
Jessica não se parecia com o que esperava de minha future esposa, mas, honestamente, aquilo não importava pra mim. Não me entenda mal, eu achei ela linda do primeiro momento em que a encontrei. E eu nunca foi contrário a me casar com uma garota branca. Eu apenas pensava que não o faria. Mas enquanto eu crescia em minha fé e meu coração era transformado, minhas preferências também começaram a mudar. Minha principal preferência era que minha esposa fosse piedosa, e Jessica era. Então a tornei minha esposa.

Nunca por um momento eu pensei que estava ‘segregando’. Ignorar uma mulher piedosa meramente por causa de sua etnicidade pareceria mais com isso.  Eu nunca quis valorizar minhas preferências em uma esposa acima do que eu precisava em uma esposa.

Não há nada necessariamente errado em ter preferências, mas nós temos que segurá-las com a mão aberta. Eu sei que algumas pessoas ignorariam um cônjuge piedoso em potencial porque ele não se encaixa em alguma preferência aleatória. Algumas de nossas preferências realmente não importam tanto. Algumas de nossas preferências podem até ser tolas, por isso temos que submeter todas elas às Escrituras.

Quando você e seu cônjuge estiverem no meio de um conflito, a cor da pele não vai ter importância. Tipo físico e status social parecerem insignificantes. Você irá querer que eles sejam piedosos e humildes. E enquanto eu e minha esposa começamos a criar nosso primeiro filho, eu não poderia estar mais grato por ela. Ela é uma mãe incrível e uma influência misericordiosa para meu filho – nenhuma das quais têm a ver com sua origem étnica. Tudo bem querer coisas em um cônjuge, mas temos que submeter nossos desejos ao que Deus deseja para nós em um cônjuge. O que eu queria e mais precisava era uma parceira piedosa, e foi exatamente isso que Deus proveu.

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Para ler direto no blog dele, é só clicar no título do post. Vou encerrar com uma música dele sobre fantasias, mas a tradução (talvez) fica pro futuro, afinal, é mais fácil traduzir seus textos que seus raps! rs ;)