sábado, 6 de novembro de 2010

Mulheres de Inverno

Gente, meu inglês não é lá uma maravilha, mas tô pedindo ao Espírito Santo pra me dar uma força a mais pra que eu traduza um texto simplesmente maravilhoso que acabei de ler do Max Lucado. Meu Pai, eu preciso de uma prateleira com todos os livros possíveis e imagináveis desse homem de Deus! E se, em Sua infinita Graça, Ele me desse um pouquinho desse talento, unção e sabedoria... tava feita! Mas pra glória d'Ele, claro!

Mas chega de papo furado e deixa eu começar essa tarefa árdua, mas prazerosa!

Mulheres de Inverno
--------------------
Por Max Lucado

I
Os pranteadores não fizeram ele parar. Nem o fez a grande multidão, ou mesmo o corpo de um homem morto no “caixão”. Foi a mulher – o olhar em sua face e a vermelhidão em seus olhos. Ele soube imediatamente o que estava acontecendo. Era seu filho que estava sendo carregado, seu único filho. E se alguém sabe a dor de perder seu único filho, Deus sabe... [Lucas 7:11-17]

II
Seu plano era tirar uma soneca enquanto os rapazes foram até a cidade por comida. E qual o melhor lugar para descansar senão o poço ao meio-dia. Ninguém vai buscar água esse horário. Então ele se sentou, esticou seus braços e reclinou contra a parede do poço. Mas sua soneca foi interrompida. Ele abriu um olho apenas o suficiente pra vê-la caminhando pela trilha com um pesado jarro em seus ombros. Atrás dela vinha uma dúzia de crianças, cada um parecendo com um pai diferente... [João 4:1-42]

III
Quando ela chegou até Jesus, ela não tinha mais nada. Os médicos tomaram seu último centavo. O diagnóstico roubou sua última esperança. E a hemorragia roubou sua última gota de energia. Ela não tinha mais dinheiro, não mais amigos, nem mais opções. Com o fim de sua corda em uma mão e uma asa e uma oração em seu coração, ela empurrou seu caminho pela multidão... [Lucas 8:43-47]

Três mulheres. Uma enlutada. Uma rejeitada. Uma morrendo. Todas sozinhas.

Sozinhas no inverno da vida.

Apesar de não sabermos como elas se pareciam, seria justo assumir que elas passaram pelo pico de sua conveniência. As únicas cabeças que se voltaram enquanto elas desciam a rua eram cabeças balançando com pena. Uma das três era uma viúva sem filhos; outra perdeu sua inocência seis quartos atrás; e a terceira estava ferida, desesperada, e morrendo.

Se Jesus as tivesse ignorado, alguém teria percebido? Em uma cultura onde as mulheres estavam apenas um grau ou dois dos animais de fazenda ninguém teria pensado menos por ele ter passado silenciosamente pelo funeral ou fechado seus olhos e reclinado sobre o poço ou ignorado o puxão em seu manto. Afinal de contas, elas eram apenas mulheres!

Desgastadas,
Enrugadas,
Mulheres cansadas.
Mulheres de inverno.

Deixe-as em paz, Jesus, um poderia ter dito. Encontre alguém com um pouco de primavera sobre eles.

Pelos padrões do mundo àquelas três não seria dado nada em retorno. Elas serviram ao seu propósito: tiveram suas crianças, alimentaram suas famílias, satisfizeram seus homens. Agora era a hora de empurrá-las para o frio lá fora até que elas morressem, abrindo espaço para os jovens e imaculados. 

Foi onde Jesus as encontrou. Tremendo na neve gelada da inutilidade.

O rude inverno da vida.

Soa familiar? Claro que sim. Nós temos nossas próprias pessoas de inverno. Pessoas que por falta de boa aparência ou poder suficiente vagam como porcos-espinhos em um piquenique, indesejados e intratáveis.

Difícil de acreditar?

Visite uma escola de ensino média qualquer hora e olhe os adolescentes já sentindo os frios ventos da rejeição.

Ou tente Miami Beach.Eu não me refiro à parte norte onde os turistas pagam $150 por dia para ficarem bronzeados. Eu falo da parte sul, uma cidade intencionalmente construída para os exaustos. Assista elas se misturarem às calçadas. Eles vieram para a sua terra de enterro. Eles enchem suas noites com sonhos da neta que pode vir no próximo Natal. E apesar da Costa de Ouro ser quente, em suas almas sopra ventos de inverno.

Ou considerem os não-nascidos. A cada 20 segundos um é retirado do calor do útero e lançado no frio lago do egoísmo.

Os parágrafos poderiam continuar mais e mais. Parágrafos sobre tetraplégicos, vítimas da Aids, ou doentes terminais. Pais solteiros. Alcoólatras. Divorciados. Cegos. Todos são párias sociais. Leprosos, mutações. Todos, em um grau ou outro, são evitados pelo “mundo normal”.

A sociedade não sabe o que fazer com eles. E, tristemente, mesmo a Igreja não sabe o que fazer com eles. Eles frequentemente encontrariam uma recepção mais calorosa no bar da esquina do que em uma sala de Escola Dominical.

Mas Jesus encontraria um lugar para eles. Ele encontraria um lugar para eles porque Ele se importa. E ele se importa incondicionalmente. 

Não, ninguém teria recriminado Jesus por ignorar aquelas três mulheres. Ter virado a cabeça teria sido bem mais fácil, menos controverso, e nem perto de um risco. Mas Deus, que as criou, não poderia fazer aquilo. E nós, que O seguimos, também não podemos. 
[Do recém-lançado "God Came Near" - Deus Chegou Perto, edição de luxo]


--------------------------------------
Obrigada, Espírito Santo, pela força extra e por ter falado tanto ao meu coração por meio desse texto. Não fosse este um meio eletrônico, estaria borrado por tantas lágrimas, o Senhor sabe.

E como esse blog pode ser acessado em qualquer lugar do mundo, senti no meu coração agora de incluir o texto em inglês também... 
--------------------------------------

Women of Winter
by Max Lucado
I
THE MOURNERS DIDN’T CAUSE HIM TO STOP. Nor did the large crowd, or even the body of the dead man on the stretcher. It was the woman—the look on her face and the redness in her eyes. He knew immediately what was happening. It was her son who was being carried out, her only son. And if anyone knows the pain that comes from losing your only son, God does…. (Luke 7:11-17)
II
His plan was to catch a few winks while the boys went to town for food. And what better place to rest than a well at noon. No one comes for water at this hour. So he sat down, stretched his arms, and leaned against the wall of the well. But his nap was soon interrupted. He opened one eye just wide enough to see her trudging up the trail with a heavy jar on her shoulder. Behind her came half a dozen kids, each one looking like a different daddy… (John 4:1-42)
III
By the time she got to Jesus, she had nothing left. The doctors had taken her last dime. The diagnosis had stolen her last hope. And the hemorrhage had robbed her of her last drop of energy. She had no more money, no more friends, and no more options. With the end of her rope in one hand and a wing and a prayer in her heart, she shoved her way through the crowd….Luke 8:43-47)
Three women. One bereaved. One rejected. One dying. All alone.
Alone in the winter of life.
Though we don’t know what they looked like, it would be fair to assume they had passed the peak of their desirability. The only heads that turned as they walked down the street were heads shaking with pity. One of the three was widowed and childless; another had lost her innocence six bedrooms back; and the third was broke, desperate, and dying.
Had Jesus ignored them, who would have noticed? In a culture where women were only a grade or two above farm animals no one would’ve thought any less had he walked silently past the funeral or closed his eyes and leaned back against the well or ignored the tug on his robe. After all, they were only women!
Worn,
wrinkled,
weary women.
Winter women.
Let them alone, Jesus, one could reason. Find someone with a bit of springtime about them.
By the world’s standards these three could give nothing in return. They’d served their purpose: borne their children, fed their families, pleased their men. Now it was time to push them out into the cold until they died, making room for the young and spotless.
That’s where Jesus found them. Shivering in the icy sleet of uselessness.
The raw winter of life.
Sound familiar? Sure it does. We have our own people of winter. People who for the lack of good looks or sufficient earning power wander around like porcupines at a picnic, unwanted and unapproachable.
Hard to believe?
Visit a high school sometime and look for the teenagers already feeling the chilly winds of rejection.
Or try Miami Beach. I don’t mean the north beach where tourists pay $150 a day to get sunburned. I mean the south beach, a city deliberately built for the exhausted. Watch them shuffle aged feet down the sidewalk. They have come to their burial ground. They fill their nights with dreams of the granddaughter who might come next Christmas. And though the Gold Coast is warm, in their souls blow the winds of winter.
Or consider the unborn. Every twenty seconds one is taken from the warmth of the womb and cast into the cold lake of selfishness..
The paragraphs could go on and on. Paragraphs about quadriplegics, AIDS victims, or the terminally ill. Single parents. Alcoholics. Divorcées. The blind. All are social outcasts. Lepers, mutations. All, to one degree or another, shunned by the “normal world.”
Society doesn’t know what to do with them. And, sadly, even the Church doesn’t know what to do with them. They often would find a warmer reception at the corner bar than in a Sunday school class.
But Jesus would find a place for them. He would find a place for them because he cares. And he cares unconditionally.
No, no one would have blamed Jesus for ignoring the three women. To have turned his head would have been much easier, less controversial, and not nearly as risky. But God, who made them, couldn’t do that. And we, who follow him, can’t either. [From the newly released God Came Near: Deluxe Edition /Copyright (Thomas Nelson, 1987) Max Lucado]

Um comentário:

Marcinha disse...

Nossa, que coisa!
Muito, muito, muito bom o texto. E pra quem adora encher a boca pra falar que o cristianismo discrina as mulheres, tá ai mais algumas provas do contrario.
So li um livro do Max Lucado e alguns textos avulsos, mas é quase impossivel ler alguma coisa que esse cara escreve e não gostar, hehe. Depois me recomende outro, pras ferias, mas que tenha versão traduzida aqui, por favor, hehe.
Quais vc já leu?