quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Belém dentro de nós!


Uma vez escrevi um post com esse título, para falar sobre esse clima tão gostoso de Natal que normalmente nos envolve quando a época vem chegando. Mas poucos dias atrás, pensando sobre isso, tive uma visão mais clara sobre essa relação. E creio que veio em boa hora, porque a correria que também é típica desses dias nos impede de fazer uma reflexão sobre a data com antecedência. Ao menos comigo é assim. Os pensamentos até podem passar pela minha mente, mas logo são substituídos por outras preocupações mais urgentes.

Muitos de nós já devem ter feito algum tipo de representação do Natal. Fico imaginando que a maioria deva preferir os papéis de destaque entre aqueles que compõem o presépio. Maria e José, quem sabe os reis magos... Os pastores são uma multidão simples e sem nome, então não devem atrair o desejo de muitos. Só um adendo pra quem não sabe, os reis magos nem deveriam fazer parte dessa cena, porque, se vocês lerem em Mateus, eles só chegaram até Jesus quando ele já era um menino, talvez com uns dois anos. Ou seja, eles não estiveram na estrebaria e presentearam um bebê recém-nascido, mas "entrando na casa, viram o menino". (Mt 2.11)

Qual seria nosso real papel nessa cena que mudou a história da humanidade pra sempre? A partir dela, a história foi dividida entre antes e depois de Cristo e, no plano espiritual, que não vemos, foi rasgado o véu que nos separava de Deus. Mais do que história, a palavra que ganhou de fato sentido pra nós com Cristo foi a palavra eternidade.
Mas voltando à cena que vemos repetidas vezes em cartões de Natal, peças de teatro, presépios de todos os tamanhos, qual seria o papel que melhor caberia em cada um de nós nessa cena?

Lamento desapontá-los, mas não seria nenhum dos papéis de honra, nem mesmo os que nos parecem coadjuvantes - pastores. Creio que somente poderíamos representar aquela estrebaria.

A hospitalidade do Oriente (naquela época) dispensava a necessidade de haver estalagens (hospedarias) nas cidades, mas aquelas cidades que ficavam no caminho entre rotas maiores acabaram desenvolvendo esse tipo de lugar. Um lugar onde os viajantes poderiam descansar, se alimentar e também permitir essas mesmas coisas aos seus animais de carga. Era gente de todo lugar. As pessoas ficavam na hospedaria, e os animais na estrebaria. Imaginem a sujeira que não era aquilo. Além da poeira e imundície das estradas, dejetos, restos de comida, parasitas, roedores, insetos, e por aí vai. Com certeza o cheiro não era agradável, muito menos as "companhias". Não era o lugar pra uma criança vir ao mundo, quanto mais o Filho de Deus!

Mas não é que foi justamente ali que o Pai quis que o Seu Filho nascesse? Porque sem Jesus nós somos como aquela estrebaria. Nosso interior é sujo e escuro, cheira mal, cheira a morte. As coisas que existem com "vida" dentro de nós apenas estão lá para se alimentar do nosso sangue - os parasitas que já mencionei.

Mas logo onde o Filho de Deus foi colocado? Na manjedoura, o artefato onde a comida dos animais era colocada. Jesus é o alimento, é vida!

Sem Jesus somos apenas uma estrebaria suja, escura e fétida. Mas quando Ele nasce dentro de nós (quando O aceitamos como Senhor e Salvador de nossas vidas), Ele traz luz pra dentro de nós. E essa luz atrai as pessoas simples, que, ao invés de estarem descansando, estão perdidas na noite, no meio do nada, lutando para buscar o seu sustento, como aqueles pastores. Pessoas rejeitadas pela sociedade, a quem restava somente cuidar dos animais no campo, separados dos demais. Mas essa luz atrai também os reis magos. Atrai pessoas importantes, cultas, sábias, que apesar de sua posição têm os corações abertos para a Verdade. E esses homens não apenas A reconhecem, como se dispõem a ir atrás dessa Verdade sem se importar com a distância. Seus corações anseiam por ofertar o seu melhor a Jesus, mesmo sem conhecê-Lo pessoalmente. Jesus dentro de nós vai atrair todos aqueles que estão em trevas, inclusive aqueles que nas trevas desejam permanecer, como Herodes. E ele vai cometer injustiças para tentar conter essa luz, mas nunca vai alcançá-la, mesmo quando parecer tê-la apagado, ela apenas vai começar a brilhar ainda mais.

Jesus em nós é luz e alimento. Que essa luz nunca se apague dentro de nós, pelo contrário, brilhe cada dia mais e mais, fazendo de todos os nossos dias um feliz natal, não somente para nós, mas para os camponeses, magos e pessoas ao nosso alcance!

ps: fico devendo letra e tradução... vou tentar inserir esse fds...

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