quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Papo de mulher de Deus. [parte 2]




O livro de Rute se inicia contando a história de uma família que se mudou para Moabe, para fugir de uma fome que assolava a terra. Passado algum tempo, o chefe dessa família morreu, deixando a esposa e dois filhos. Estes se casaram com mulheres moabitas, Orfa e Rute, mas passados 10 anos, também morreram. A mãe, Noemi, soube que a situação estava melhorando em sua terra natal, Belém de Judá, e resolveu buscar sua sobrevivência lá. Ela desobrigou suas noras de seu compromisso para com ela, e disse que poderiam voltar para a casa dos pais, onde poderiam encontrar um novo marido.

Percebemos que Orfa obedece à sogra com o coração partido, mas Rute se recusa a deixá-la. Como uma filha adotiva, ela decide cuidar de Noemi e acompanhá-la até sua terra, uma nova terra, e seguir a seu Deus, ao invés dos vários deuses de Moabe. Mais do que isso, ao acompanhar a sogra, já em idade avançada, Rute não apenas deveria obter o próprio sustento, mas também o da sogra.

O que me deixa mais entusiasmada ao ler o livro de Rute é ver como uma história de pessoas comuns se torna parte fundamental de uma história maior, a história de redenção. E ver Deus desenhando através de relacionamentos de amizade, parentesco e amor romântico, esse capítulo importante da história. Neste livro vemos Deus operando para que o encontro entre as duas partes ocorra, além de ver o papel dos dois para que o relacionamento se desenrole.

No capítulo dois, Rute começa a recolher as espigas que os ceifeiros deixam para trás na plantação. Este costume era parte da Lei de Moisés, que tinha como objetivo proteger estrangeiros, órfãos e viúvas: o alimento que caísse no chão durante a colheita não deveria ser recolhido, deveria ser deixado para que estas pessoas o colhessem e conseguissem sua sobrevivência. Aí começa a parte de Deus, que fez com que Rute, “sem perceber”, adentrasse a plantação de Boaz, um homem conhecido e rico, da família do falecido marido de Noemi. A palavra fala, no versículo 04, que “naquele momento” Boaz chega a sua plantação e, após cumprimentar seu pessoal, pergunta sobre Rute. Os trabalhadores têm boas coisas para falar de Rute, mesmo no pouco tempo em que a observaram, dizem que ela estava lá trabalhando desde cedo, quase sem descanso.

Será que essa poderia ser uma descrição minha ou sua? Rute não estava nos campos procurando um marido, muito pelo contrário, por ser uma mulher e estar sozinha em lugares que poderiam ser inóspitos, ela corria o risco de se tornar presa fácil. Ela estava preocupada em fazer o que tinha que fazer. O que temos que fazer hoje? O que Deus nos chama a fazer?

Boaz tinha um grande coração, era um homem muito generoso. Esta é uma qualidade muito importante a se observar no “carinha” que nos interessar. Sei que este não é o assunto desse post, mas... rs Mas então, por essa razão ele decide abençoar Rute. Chama ela pra uma conversa e diz pra ela não colher em nenhum outro campo senão o dele. Lá ela poderia andar com as servas dele e não sofreria nenhum perigo. Também poderia beber da água deles quando quisesse.

Esse capítulo dois me coloca um sorriso nos lábios, porque é muito gracinha, mas ele também nos alerta para a importância de vivermos uma vida que fale por nós. Não porque nosso Boaz pode estar nos observando, mas porque representamos Cristo onde quer que estivermos.  Ao perguntar a Boaz o motivo de tamanha bondade, o que ele responde? No versículo 11, ele diz “Foi-me contado tudo o que fizeste...”. Alô varoa, se contarem pro seu futuro esposo tudo o que você fez e faz, ele vai tratar você com mais bondade do que merece??? Será que temos tratado ao menos nossas mães com a metade do cuidado com que Rute tratava aquela que foi sua sogra por cerca de 10 anos?

A generosidade de Boaz para com a estrangeira Rute não parou por aí. Ele a chamou para almoçar com ele e seus trabalhadores, deu a ela comida com fartura (o que sobrou ela levou para sua sogra), e ainda ordenou a seus ceifeiros que deixassem cair mais espigas no chão do que o normal, para que ela recolhesse bastante.

E vale lembrar que Boaz não estava agradando Rute para conquistá-la. Ele era um homem trabalhador (outra qualidade importantíssima a ser observada!) e sabia a importância disso, por isso decidiu honrar o sacrifício daquela jovem que havia adentrado suas terras. Além, é claro, de ser um homem bom e generoso.

Rute tomou uma decisão, a de seguir o Deus Altíssimo e abrir mão de sua conveniência e conforto por amor a sua sogra. Deus “armou” o encontro e Boaz não teve medo de usar de bondade para com a estrangeira que ele mal conhecia, mas de quem ouviu boas coisas a respeito. Até então, cada um está cuidando da sua vida, mas passa a existir uma admiração mútua. Isso também deve existir entre nós e nossos pretendentes. É preciso que haja qualidades para se admirar que vão muito além do que é aparente.

Leia aqui a parte 1.

Leia aqui a parte 3.

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