quarta-feira, 27 de junho de 2012

A revolução do amor...

Tem tempo que não escrevo, né?
Mas estava aqui traduzindo uma música da Natalie Grant pra compartilhar com uma lista de amigos e interessados em receber sugestões de músicas cristãs, e uma coisa veio muito forte ao meu coração.

Para começar, o nome da música é Love Revolution [Revolução do Amor]. Algo que tem ocupado meus pensamentos com muita intensidade ultimamente... Falamos tanto em amor, falamos tanto sobre como podemos amar, fazer a diferença, mas as coisas continuam exatamente da mesma forma. E foi pensando nesse amor de Cristo que deve nos mover, que me lembrei de algo que aconteceu há muito tempo.

Quando ainda trabalhava na assessoria da prefeitura, teve um dia que fui cobrir a inauguração de um centro de reabilitação para usuários de álcool e outras drogas que funciona como uma clínica dia: as pessoas chegam cedo, fazem várias atividades, recebem aconselhamento, atendimento, mas voltam pra suas casas ao final do dia. Meu papel não era apenas o de acompanhar uma equipe de reportagem que estava lá, mas também escrever uma matéria sobre o trabalho e nessa tarefa eu deveria entrevistar algum dos internos de lá.

Não me lembro dos traços, mas me lembro claramente da aparência frágil e vulnerável de uma pequena [olha quem está falando, né?] mulher que estava lá. Olhos tristes cuja simples lembrança traz lágrimas aos meus agora. Ela me falou de seus desafios e me trouxe uma imagem do vício como nunca tive. Sempre pensamos nos vícios como uma prisão, não é?, e é isso mesmo que eles são, mas não entendemos ao certo como essa prisão funciona. Ela me contou em detalhes como era insuportável estar sozinha quando a compulsão pela bebida surgia e em seus olhos eu podia entender, ao menos um pouco, a extensão dessa agonia. Disse, também, que nos finais de semana, longe da clínica, ela sofria uma pressão ainda maior. Contou também o quanto já tinha descido, como não conseguia se manter em nenhum emprego e as coisas que chegou a ingerir para tentar satisfazer sua necessidade. E isso tudo tinha criado um abismo enorme entre ela e o filho, que não mais confiava na mãe depois de tanta decepção. E, pode parecer repetitivo, mas, mais uma vez, eu podia ver a dor nos olhos dela. Confiança é uma coisa difícil de se recuperar, né? Imagina quando não podemos confiar sequer em nós mesmos... Creio que a prisão que um vício cria passa por isso aí, o controle da nossa vontade e livre-arbítrio.

Infelizmente, naquele lugar e naquela situação eu não podia falar pra ela que Jesus é capaz de quebrar toda e qualquer prisão e fazer algo completamente novo e lindo na vida dela. Mas repassando a tradução dessa música que mencionei no início do post, me lembrei desse dia e desse encontro. E ainda que eu não pudesse fazer muito, quebrei alguns protocolos jornalísticos e fiz o que pude: ao levantarmos do banco, agradeci pela entrevista e lhe dei um abraço. Um abraço daqueles que costumam dizer mais que palavras, pensei agora...

Ela me ensinou muito naquele dia. Aprendi que é muito fácil olhar de cima e julgar alguém, sem saber o que a pessoa está realmente passando. Deus a ama, espero que ela O tenha conhecido e tenha conseguido passar por isso tudo, vitoriosa.

O grande mistério do amor é que gestos aparentemente pequenos têm um grande impacto. Se quiser ter uma ideia mais clara do que Jesus queria dizer à mulher samaritana em João 7.38, leia o capítulo 47 de Ezequiel. Se Deus é amor e se Ele habita em nosso interior, se este amor se movimenta do nosso interior em direção aos outros, estas são as fontes de águas que correm... por toda a eternidade. Se a água não flui, algo está errado. Mas, ao fluir, elas transformam os lugares por onde passam, e talvez na eternidade poderemos saber a vida que elas produziram:

"Em todo lugar por onde esse rio passar, haverá todo tipo de animais e de peixes. O rio fará com que as águas do mar Morto fiquem boas e ele trará vida por onde passar...". Ezequiel 47.9

As águas na visão de Ezequiel começam atingindo a altura dos tornozelos do profeta e terminam por se tornar um rio fundo, amplo e veloz. Assim começa uma revolução, com pequenos gestos que, juntos, causam um grande impacto e abalam a estrutura e a conjuntura atual. E começa também, antes de qualquer coisa, com inconformismo. Toda revolução na História começou com a não-aceitação do modelo vigente. Eu não aceito a desigualdade e a injustiça que eu vejo em cada esquina dessa cidade, em tantas manchetes dos jornais. Eu quero que a palavra no capítulo 1° de Isaías 61 também diga respeito a mim, não apenas no sentido de chamado, mas de cumprimento:

"O SENHOR Deus me deu o seu Espírito, pois ele me escolheu para levar boas notícias aos pobres. Ele me enviou para animar os aflitos, para anunciar a libertação aos escravos e a liberdade para os que estão na prisão." Isaías 61.1


Fading
Desaparecendo
We're all fading
Estamos todos desaparecendo
From who we've become and who we were meant to be
De quem nos tornamos e quem fomos criados para ser
Dying
Morrendo
We're all dying
Estamos todos morrendo
And wanna believe its everyone but me
E queremos acreditar que são todos, menos eu

Oh great light of the world help us see
Oh grande Luz do mundo, nos ajude a enxergar

What can save us now
O que pode nos salvar agora
When hands are reaching out
Quando mãos estão alcançando
Walls are falling down
Paredes estão caindo
It's a love revolution
É uma revolução do amor
What can save us now
O que pode nos salvar agora
Rising from the ground
Erguendo-se do chão
We are crying out
Estamos clamando
For a love revolution
Por uma revolução do amor

Searching
Procurando
We're all searching
Estamos todos procurando
For something more divine to set us free
Por algo mais divino para nos libertar
Holding
Segurando
We're all holding
Estamos todos segurando
Everything inside this world needs
Dentro de nós tudo que esse mundo precisa

Oh great light of the world help us see
Oh grande Luz do mundo, nos ajude a enxergar

We are called to freedom
Somos chamados à liberdade
We are free to love
Somos livres para amar
And love has come for us
E o amor veio a nós
And love will be enough
E o amor será suficiente
And love will be enough
E o amor será suficiente

What can save us now
O que pode nos salvar agora
When hands are reaching out
Quando mãos estão alcançando
Walls are falling down
Paredes estão caindo
Hands are reaching out
Mãos estão alcançando
And walls are falling down
E paredes estão caindo
It's a love revolution
É uma revolução do amor
Rising from the ground
Erguendo-se do chão
We are crying out
Estamos clamando
For a love revolution
Por uma revolução do amor

We need a love a revolution
Precisamos de uma revolução do amor

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